Maçã de Pedra: Maçã de Pedra (2013)

Galera medonha, tudo certo? Tenho mais um veneno oriundo das profundezas efervescentes do underground para oferecer. Na verdade se trata de um lançamento que eu estava ansioso para ouvir. Finalmente consegui minha cópia do primogênito dos meus amigos da banda gaúcha Maçã de Pedra. Bom, "Maçã de Pedra", é nome da banda que batiza um hardzão sem frescuras, sem composições longas, exageradas e com floreios desnecessários. É um disco que apresenta uma mensagem muito direta. É um tapa na cara para reagir, levantar e seguir adiante. É um rock adolescente, ou, melhor dizendo, com espírito jovem. A linguagem de grande parte das canções se desenvolve em 3 temáticas: relacionamentos amorosos, cotidiano e crítica social. As 8 músicas são repletas de links relacionados diretamente às preferências e influências dos membros da banda. Quer exemplo melhor? O fato de o nome do “primeiro filhote” ter sido concebido com o nome da banda é típico de grandes clássicos. É possível relacionar todo o conteúdo com Led Zeppelin, Beatles, Rolling Stones, Janis Joplin e entre outros nomes clássicos. É uma boa pedida para quem está iniciando no rock e procura por "bons conselhos". Não espere novidades técnicas no que diz respeito à sonoridade e ao formato apresentado. Mas quero enfatizar que essa não é uma crítica negativa, bem pelo contrário, positiva. Na minha humilde opinião, a Maçã de Pedra dá uma sacudida necessária no panorama e apresenta um disco divertido de ouvir numa era repleta de pseudo bandas tão insuportáveis quanto os mosquitos que infernizam os ouvidos durante as noites de verão. "Maçã de Pedra" arranca com "Não tem mais como controlar". É hardzão bem "ledzeppeliniano"; para os meninos e as meninas é como ouvir um conselho de pai. "Alucinação" tem uma harmonia bem interessante e a guitarra é a maestrina das ondulações delirantes das letras cantadas pela vocalista Caren Suzana. "Velha Rotina" é a terceira música do álbum, e, sem receio, aponto como um dos hits principais. A música já havia sido lançada ao lado de "Veneno Fatal" em um raríssimo CD Demo da banda. Tanto uma como a outra estão com uma roupagem, um pouco diferente, com alguns detalhes novos, mas com a mesma essência. "Veneno Fatal" é mais uma canção com eixo centralizado em um relacionamento amoroso ou a tentativa de um. "Velha Rotina", em seguida, é tão pontual como crítica que seria, sem dúvida alguma, um hino perfeito para quem quiser sair às ruas e se manifestar contra o sistema. "Outros bem afim" é uma balada romântica que alerta para a necessidade de auto valorização e, claro, valorização ao próximo; recadinho para os (as) aproveitadores (as) de plantão. "Sinceridade" questiona: será que os homens são verdadeiros apenas na hora do orgasmo? É certamente uma análise bastante polêmica. "Como é que vai?" dá um puxão de orelha na sociedade. Fala da prioridade que as pessoas dão ao supérfluo, muito antes das questões humanas. E por fim o disco termina com "Sua hora vai chegar". É a música mais longa do álbum com uma pegada bem “John Bonham”. É o som que mais curti e fala de condição humana e atitudes que valem muito para uma auto análise. 
“Maçã de Pedra” possui uma grande qualidade sonora. Foi produzido por Ray-Z, que já trabalhou com diversos artistas como Júpiter Maçã. Ray-Z também esteve nos processos de mixagem ao lado de Cristiano “Miu” Ferreira, técnico de gravação. A masterização foi feita nada mais, nada menos, do que no lendário Abbey Road Studios, isso mesmo, em Londres, por Geoff Pesch. A direção de arte com a própria Maçã de Pedra, Design com Rafs.Ribs e a fotografia por Xiru Sander Scherer. Foram produzidas 1.000 cópias e o disco foi gravado entre janeiro e maio de 2013, no estúdio Soma, em Porto Alegre. Aliás, muito legal o material artístico do álbum que conta com fotos da banda, letras das músicas e com uma homenagem especial ao baterista Douvan Rodrigues que por uma fatalidade se encontra ao lado dos Deuses do Rock. “Maçã de Pedra” é, certamente, uma apropriação daquilo que de melhor foi absorvido do mundo do rock através da percepção da banda que, categoricamente, botou em prática sua criação e fez ao seu modo um discão totalmente original. Grande disco. Grande álbum. Grande orgulho da capacidade dos roqueiros gaúchos.

Não tem mais como Controlar – 4:27 (Caren Suzana/Rafael Ribeiro)
Alucinação – 3:18 (Rodrigo Java)
Velha Rotina – 3:45 (Rodrigo Java/Rafael Ribeiro)
Veneno Fatal – 2:59 (Rodrigo Java/Caren Suzana)
Outros bem Afim – 3:28 (Rodrigo Java/Caren Suzana)
Sinceridade – 3:25 (Rodrigo Java/Caren Suzana)
Como é que vai? – 2:58 (Caren Suzana/Rafael Ribeiro)
Sua hora vai chegar – 6:27 (Rodrigo Java)

Caren Suzana – Vocal
Rafael Ribeiro – Baixo
Bruno Giordano – Bateria
Rodrigo Java – Guitarra, harmônica e backings
Participação Especial Ray-Z (percussão e Guitarra 12 cordas)

Clique aqui e confira duas atrações de "Maçã de Pedra"

Que os Deuses do Rock fiquem com Vocês!

Um comentário:

  1. Resumiu a Maçã com todos os detalhes!Parabéns pela grande resenha!Vida longa ao Rock lol

    ResponderExcluir